domingo, 27 de setembro de 2009

Do futebol ao jornalismo


Texto Jaqueline de Sá Machado Rodrigues
Foto Acervo pessoal Tiago da Rosa





Ele não sabia pegar uma máquina fotográfica. Acredita? Pois é, Tiago Fernando da Rosa, 26 anos, nasceu e mora em Novo Hamburgo, com seus pais. Sua primeira oportunidade foi no jornal NH, em que permaneceu por dois anos. Logo, no Jornal VS (Vale dos Sinos), em São Leopoldo, em que está há cinco. Já teve a vida que pediu a Deus – como ele mesmo fala – frequentando academia, treinando o que a maioria dos “guris” gosta – futebol - e estudando.


No futebol, começou aos cinco anos, levado pelo seu pai, que jogava aos sábados e domingos. Jogou em um time da escola, e algum tempo depois, foi convidado pela sua professora, que havia saído da escola, para jogar em um time profissional, participando de campeonatos gaúchos. Aos 18 anos, teve que abrir mão deste sonho, pois não pôde mais conciliar o esporte com os estudos. Então, ficou um ano procurando emprego. “Foi a cena mais cômica. Não aguentava mais procurar trabalho, pois todas as segundas-feiras, bem cedo, eu saía com muitos currículos. Em uma dessas empresas, fui chamado para fazer entrevista, a uma vaga do Almoxarifado. O entrevistador perguntou a minha idade e muitas outras coisas. Me disse que estavam procurando alguém sem experiência, quando me perguntou o que sabia fazer, e como estava de saco cheio, respondi: só sei jogar futebol. Ele me olhou e riu. Não me contive, e ri também. Depois, pensei: perdi a vaga. Mas aí, já era tarde”, relata Tiago.


Depois, surgiu uma oportunidade de trabalhar no Jornal NH, durante trinta dias. Entrou no lugar de um colega, que havia operado o ombro. Tiago foi aprendendo no dia-a-dia, pois não sabia pegar uma máquina. Sua primeira pauta foi um incêndio, no qual as fotos só apareciam fumaça. “Nesta, fui com outro fotógrafo. Senão, eles estariam perdidos”, ele relata. Então, foi olhando fotos em revistas e jornais, para ter ideia do que faria. Passados três meses, teve a chance de jogar na Alemanha. Pensou muito bem, concluindo que não poderia perder o emprego em que se encontrava. Resolveu ficar e dedicar-se ao foto-jornalismo. Naquele momento, a fotografia era sua vida. Hoje, cursa jornalismo, pois acha que, em alguns anos, as duas funções serão muito importantes na sua carreira. Com a não exigência do diploma de jornalismo, Tiago dispara: “Claro que não gostei, acho isso um insulto à categoria. Escrever um artigo é uma coisa. Você ir a determinado local, colher as informações, ser completamente neutro a determinado assunto é totalmente diferente. Quero concorrer com quem tem diploma”. 

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