terça-feira, 29 de setembro de 2009

"Não se estressa, não vale a pena."

Por Pietra Luah Reis

Aos 17 anos, assim como mujitos adolescentes, Ricardo Abreu – Canos RS – não sabia para o que prestar vestibular. Todos diziam para ele escolher algo que gostasse, que o fizesse feliz. Ricardo não teve dúvidas ao escolher, não ingressar na faculdade, mas sim fazer o curso de Culinária Industrial no SENAC. “A cozinha me faz muito bem , cozinhar desestressa”diz o garoto, hoje com 19 anos.
No último ano trabalhou no Chez Philliphe, famoso restaurante Fracês em Porto Alegre, foi tempo suficiente para Ricardo perceber que trabalhar na cozinah ia somente estragar o que ele sentia com a culinária. “Lá no Chez não existe erro, meu chefe brigava muito, e para mim cozinhar é uma forma de desligar. Comecei a entrar em uma rotina e não é isso que quero pra mim”. Vida sem rotina é o mesmo motivo que o trouxe à Unisinos para estudar Jornalismo.
 Entre o termino no curso do SENAC e o Chez Phellipe, Ricardo morou seis meses na Europa.Este período foi dividido em três partes, nos dois primeiros meses viveu com sua mãe na Itália, onde trabalhou em um Pub na Isola Delba e juntou dinheiro para conhecer outroslugares.
O próximo bimestre foi marcado por culturas, educações, e conceitos diferentes. Ricardo diz que entre Itália, Espanha e Portugal viu coisas lindas, como a ‘Fontana di Trevi’, que é o que o fará voltar para a Itália sempre que puder, mas também sofreu um bocado “eu não passei fome, mas só isso, porque frio eu passei. E dormi em cada lugar, na Espanha, uns albergues muito “tresh” (péssimos), seis caras em um quarto minúsculo, gente que tu nunca viu e nunca mais vai ver dormindo contigo”. Também o que dificultou a viajem de Ricardo foi a falha na comunicação, falando somente português, foi muito bem recebido em Portugal, mas em toda a aventura sofreu alguns preconceitos e acabou conhecendo somente brasileiros que também estavam viajando.  Quando suas economias acabaram voltou para Itália, onde estava sua mãe. Algum tempo de pois retornaram ao Brasil. Sobre toda a experiência Ricardo declara “Valeu a pena e eu faria tudo de novo”. A próxima ele gostaria que fosse para o Oriente, onde acredita que seja ‘um baú de cultura’.

Conclusão

Absorvi muitas coisas novas. Fazer uma entrevista sempre nos abre portas para um conhecimento mais amplo. Aprender que nas pessoas que estão ali do nosso lado, tem tantas histórias e maneiras de ver a vida diferentes. Porque cada história é diferente e passar isso para uma reportagem, um artigo te faz entender melhor o mundo. No começo pareceu distante uma entrevista sair uma reportagem e tal. Mas com o andar das conversas tudo foi clareando e tomando forma. Tive que deixar algumas informações de fora também para preservar a imagem. E foi muito gratificante fazer esse trabalho com colegas de profissão que no futuro vão exercer isso. Gostei muito de ver o lado hippie da vida por exemplo com a Lisiane, algo que sempre me interessou muito.

Davi Schmitz Martiny

Codinome Personalidade

Por Pietra Luah Reis

Carolina Zimmer é uma garota de 21 anos que ama qualquer coisa dos anos 80, música, filme,etc. Com um jeitinho de publicitária Carol cursa o primeiro semestre de jornalismo na Unisinos, sua irmã gêmea faz Publicidade e Propaganda. Conheci Carolina em uma apresentação que me deixou muito curiosa, ela se apresentou ressaltando ser da Religião Umbanda e sem medo do que as pessoas iriam pensar. Após a entrevista posso dizer que Personalidade é o codinome de Carolina.

Como chegou na Umbanda e o que fez ficar?
Frequento a terreira da tia da minha prima, eu já tinha ido pra tomar passe, só tomar passe e e a minha prima começou a trabalhar lá . Não to a muito tempo, não faz nem um ano. Eu ja fui em igreja católica, já fui em espirita, já fui em tudo que é igreja e nada me fez sentir tão bem quanto me sinto lá, eu adoro, amo de paixão estar lá. Agora agente vai sempre, não vai sá em dia de tomar passe, vai quando tem festa...
Tem vontade de receber entidade algum dia?
Agente tava falando uma vez com a mãe de santo, a dona da Terrera no caso, eu falei que tava indo mas eu não queria só ir e tomar passe. Eu quero fazer mais sabe, lá agente ajuda, da um caminho de fé. Então o que ela falou pra nós:` Tu tá aqui já` - e eu, a minha irmã e minha prima, sempre tivemos uma espiritualidade acentuada e dai tu vai pra um lugar assim e “vai entrando”... mas se eu vou recebe algum dia se vou trabalhar com isso não sei.

Tu e tua irmã são parecidas?
Sim, univitelinas.
Mas assim, estilo, jeito, gosto...?
Sim, tudo, igual! Tipo eu não acho, mas eu sei que é tipo: eu vou comprar uma roupa eu compro a dela também , eu sei do que ela vai gostar , do que não vai, o que eu uso ela usa. Musica, filme, tudo igual, só a personalidade é diferente. Eu tenho a personalidade mais forte que ela ai todo mundo já diz: “essa aqui é a mais brabinha.”
E em casa, isso de ter irmã da mesma idade, vocês sempre foram amigas, brigavam?
Eu sempre falo, ate eh pecado mas: se um dia a minha irma morrer eu morro junto, porque bah , eu não sei, eu acredito que nada e por acaso, acho que tudo que tem pra acontecer pra ti vai acontecer, e não foi por acaso que agente nasceu juntas. Temos uma ligação muito forte. As vezes o que eu to pensando ela também tá. Tipo,eu não sinto dor que ela ta sentindo. E essa nossa prima também, agente tem uma ligação muito forte. E nada é por acaso, eu acredito em vidas passadas, então tem alguma coisa que já teve ou vai ter, não sei.

Porque o jornalismo?
A, não sei, desde pequena eu sempre quis ser jornalista. Não sou muito de escrever, não tenho ninguém na familia que é jornalista... Mas sempre tive essa coisa de Jornalismo, nunca pensei em outra coisa, uma vez ate pensei em fazer letras mas foi muito pouco. Sempre falei, quero fazer jornalismo, mas tava sempre muito distante, não ter dinheiro e ter que trabalhar, estudar... Mas agora eu consegui. Estamos aqui.
Tem algum foco como jornalista?
Eu tava pensando hoje de manha "jornalismo investigativo, acho que seria uma boa pra mim", eu sou muito curiosa, gosto de saber o que que é de quem é, se tiver que mentir eu minto...
Uma coisa bem detetive, Sherlock Holms? Eh, isso, acho legal tipo ` quero uma informação` e sai correndo, eu quero essa vida pra mim, por isso acho que sempre quis jornalismo.

Que tipo de múcia tu gosta?
Amo música, filme dos anos 80, tudo dos anos 80 eu gosto! Eu tenho uma coleção de VHS em casa, eu e minha irmã é claro, ela também adora. Eu escuto mais internacional, mas daqui eu gosto de Barão Vermelho, Cazuza, Elis Regina, Rita Lee. Atualmente eu não gosto de nada muito. MGMT é o que eu tenho o escutado de hoje, eh um som meio tecno misturado anos 80. Madonna óbvio! Michael Jackson óbvio!

Michael Jackson, óbivio. Tu foi daquelas fãs que sofreu com a morte dele?
Sim, sofri muito. Chorei por três dias! Mas agora to começando a acreditar que ele não morreu mesmo, porque, sei lá se é coisa de fã também né... Mas sei lá eu to achando muito estranho, caixão fechado, normalmente se deixa aberto e depois dali acabou, não mostraram ele sendo velado e nunca mais falaram nada, a sei lá, não é coisa assim sonhadora, mas eu acho que não morreu, tá muito estranho. Até pode ter sido alguma coisa de interesse dele mesmo, de dinheiro, que ele tava marcando um monte de show... mas não sei, to começando a desconfiar.
Eu gosto muito dele, acho a história dele muito tri, por mais que ele tenha cometido loucuras... Mas eu admiro muito ele pelo o que ele fez pela música, ele foi um inovador, ele tinha o pensamento além do tempo dele. Mudou a história do vídeo clip, nunca mais foi o mesmo, ele que trouxe tudo isso então por esse fato mesmo que eu gosto dele, pela música.A vida dele foi bem peculiar, única. Não só pela música mas pela vida dele.
Quando eu cheguei em casa e liguei o rádio,a primeira coisa que eu faço quando chego em casa é ligar o rádio, tava tocando só Mikel, que felicidade, em todas as
rádios, fiquei muito feliz. Até que na Ipanema disseram “ Tá confirmado a morte de Mikel Jakson” – ai eu Sai correndo “não, não pode ser”, liguei todas as TVs e aparecia ele por tudo, falando que ele tinha morrido, bah, liguei pra minha irmã na hora. Ai quando ela chegou em casa ficamos as duas chorando juntas...
Como é a dor de perder um ídolo?
Não é uma dor de perder alguém da família, nunca perdi alguém próximo, mas não é a mesma coisa. É uma dor de pena, de tristeza, triste mesmo, bah eu fiquei muito
triste não queria que ele... mas agora eu já estou me conformando, eu sei que ele não morreu...


Cinema.
Eu adoro cinema, não tenho ido muito mas tenho alugado muitos DVDs. Atuais, os filme antigos eu vejo os meus VHS, tenho muitos mesmo. Esses dias eu vi TITANIC pela 23º vez. Eu amo TITANIC! Sempre choro.

Se tu pudesse mudar alguma coisa no filme. O que mudaria?
Não mudaria nada. Eu e minha irmã agente sempre fala “Esse filme é perfeito! A música, os atores, a história,...” Tudo encaixou.
Tu não tem nem vontade que ele não morra?
Não, não. Ele morre e no final eles se encontram. Não é nem pelo romance, eu não sou nem um pouco romântica, mas ele é tão triste, a história dos dois.
E quando tu começar a ver ele de novo, na 24º vez, tu vai sentir todas as emoções que o filme quer passar?
Eu acho que sim, por que até agora foi assim, na 23º foi, acho que na 24º também.

Quem danca seu males espanta.

Foi o lindo sorriso e expressiva simpatia que me levaram a querer saber um pouco mais sobre Pamela Leticia Schabbach, 18 anos, estudante de primeiro semestre de jornalismo na Unisinos. Ninguém imagina que, tão novinha, essa menina é formada em Ballet clássico e dança de salão e atua como professora em ambos estilos musicais.
Com apenas 2 anos e meio Pamela conheceu o Ballet e mais inumeras artes como o sapatiado, ginastica olimpica e patinaçãoo, mas somente o Ballet a encantou. Quando criança queria ser a grande bailarina que é hoje.
Tantos anos na escola de dança renderam muitas viagens, festivais, prêmios e histórias para contar. Um 'remember' de alguns momentos nos mostram o quanto a tranquilidade, sorriso e confiança de Pamela fizeram momentos, a principios desesperadores, motivos de boas lembranças e risadas.
"Olha,uma viajem que me marcou bastante foi a Curitiba, quando eu fui para um festival de dança. O mais engraçado de tudo foi que na hora tivemos que mudar de coreografia e olha o babado: Tive que fazer sozinha um solo de tango sem nem ter ensaiado nada, foi de emprovisação;mas no fim deu tudo certo. Ganhamos primeiro lugar na categoria solo e ficou tudo numa boa.
Histórias de bastidores tenho varias,dentre elas uma que gerou bastante encomodação...o que ocorreu era que na época eu iria dançar samba e minha academia mandou fazer um vestido lindo pra ocasião,o que nós não sabiamos era que a costureira era mãe de uma menina da outra academia!Veja sóo: ela esculhambou com meu vestido mesmo! O que ela não sabia era que eu havia emagrecido, por questão de condicionamento fisico, e que graças a uns pontinhos no modelito, feitos pela minha mae na hora, acabou por dar quase tudo certo. Quase porque no fim da apresentação eu perdi uma das alças do meu vestido e fiquei pagando peito pra plateia!!!! (risos)"
As habilidades de Pamela são vistas por alunos dos 2 aos 60 anos. Para a turma de Ballet Clássico, meninas de 2 a 4 anos, não pode deixar de ser exemplo. Assim como para a sua turma de dança de salão, alunos de terceira idade, que veem na jovem professora a oportunidade de expressar o melhor de si. É a levesa das crianças e a alegria dos senhores e senhoras de idade que tornam para Pamela essa experiência como professora inesplicavel.
Além de dançarina a morena é assistente de fotografia na revista Kazuka. Teve os primeiros contatos com a camera em Portugal, no ano de 2005, quando seu pai foi fazer um curso de fotografia no País. Com o avô saxofonista, Pamela diz que a arte é uma paixao que está no sangue.
Bailarina, professora, fotografa e futura jornalista, Pamela Leticia é daquelas pessoas que parecem não ter problemas, O sorriso contagiante no rosto faz com que ninguém perceba que nesta vida ela já passou por situações que não foram de tanta alegria. Essas, a fizeram amadurecer e hoje a fazem sorrir para o mundo, encantando a todos.
"Acho que a dança é uma das formas mais belas de se expressar, se não a mais bela, tem uma influencia grande na minha vida. Não consigo explicar, não a tenho como um hobby e sim como um amor, desses pra vida inteira."

Um prazer indescritível

Por Jaqueline de Sá Machado Rodrigues

Sempre quis fazer um trabalho destes. Apesar de o início ter sido meio difícil (pois nunca sabe por onde começar), foi uma experiência de grande valia.

Quando lia uma matéria, em jornais ou revistas, além de observar as qualidades, sempre analisava algum defeito. Decidir sobre o que escrever, pensar no que chamará atenção do público, redigir algo sobre datas comemorativas - sem ser repetitivo - é uma tarefa um pouco complicada.

Mas, quando “as coisas” estão meio caminho andado, é mais tranquilo. A gente vai editando, visualizando alguns erros de ortografia e pontuação, colocando a foto, o nosso nome e vai vendo cada pedacinho do trabalho “criando vida”. É um prazer indescritível.

De ser, sentir e viver.

Por Davi Schmitz Martiny


Hoje com 29 anos, Lisiane cursa jornalismo na Unisinos, campus que habita a vários anos. É formada em publicidade na instituição e hoje trabalha na radio Unisinos como locutora. Mas sua vida é muito diferente das demais, pois desde muito cedo descobriu a espiritualidade e um jeito diferente de viver. Tem uma história muito rica onde deixou sua casa bem cedo e colocou a cara no mundo, fazendo as coisas do seu próprio jeito. Tendo um sentimento natural como o guia de sua vida.

Como tudo começou a mudar dentro de você?
Lisiane: Na realidade sempre tem dentro de ti uma partícula, uma semente... Que eu não diria rebelde, apesar de sempre ser considerada a rebelde da família. Com 18 anos eu conheci a espiritualidade, comecei a freqüentar um centro espírita.

Houve algum mestre que te auxiliou a encontrar está semente?
Lisiane: Jesus! Na época que quando me abriu isso, naturalmente fui virando hippie. Gostar da espiritualidade e depois caiu todas as religiões orientais, eu gosto do budismo tibetano que até tem aqui em três coroas. Tudo isso me abriu as portas para o lado espiritual e consequentemente para o lado natural né, que acaba te levando para um estado mais hippie de ser. E as pessoas pensam dos hippies uma coisa, mas derrepente para mim, dentro da minha proposta é outra.

É uma vida completamente diferente todos sabem. Nos primeiros tempos dos hippies eles foram considerados os “contracultura” e tem toda essa relação. Como foi, você saiu de casa e virou hippie?
Lisiane: Com 18 anos eu sai de casa. E naquela época eu era um estilo surfista vamos dizer, andava de skate. Mas vamos dizer eu fui hippie quando peguei a mochila. Comecei a fazer artesanato com 18 anos. Aos 21 conheci o meu namorado, atual marido, pai da minha filha. A gente se encontrou, tínhamos as mesmas idéias sobre a vida e a gente tinha visto o filme The doors (risadas) que abriu muito a mente. No filme tem o lance do “chamanismo”, que não é uma religião, é tipo uma doutrina onde tu encontra o teu animal de poder, onde tu vai pra dentro de ti mesmo. A gente tinha essas coisas em comum, começamos a namorar. Eu fazia artesanato e comecei a ensinar coisas para ele e hoje ele se revelou um baita artesão.

Vocês ficavam viajando, vendendo artesanatos, cantando e escutando rock’n roll?
Lisiane: Estudamos na unisinos dos 21 aos 26, eu fazia publicidade. Morávamos em Porto Alegre e viajávamos sim mas no verão 3 meses, mas sempre com a mentalidade de voltar e acabar a faculdade. Então quando eu botei o pé na estrada para virar hippie assim foi com 26 depois de me formar. E na realidade é fácil, porque os caras que a sociedade enxerga como hippie não tem estudo, não tem nenhuma condições de estudar. Foi mais uma decisão nossa assim de botar o pé na estrada, que era o que a gente sempre quis fazer. A gente é vegetariano e é uma característica viajar. Sempre amamos viajar mas como vamos viajar então? Vendendo nosso trabalho né! Isso os hippies fazem a muitos anos já. E acabamos virando hippies por termos toda uma filosofia de vida assim, mas foi algo natural. Pô a gente amava assim, anos 60, rock’n roll, psicodelia, vida colorida, natural. The doors, hendrix, mas eu diria mais os brasileiros litoralistas, caetano veloso, gilberto gil, os mutantes, todas as mensagens deles. É natural sabe, não foi algo assim eu quero ser hippie, e a natureza.

E o alimento vinha de onde, vocês tinham sua organização ou vinha das corporações industriais?
Lisiane: Não, não... o alimento vinha sim da industria.

Certamente deve ter passado por varias experiências durante o tempo na estrada. Existe algum fato muito marcante que gostaria de compartilhar?
Lisiane: Na época em que estávamos viajando fomos parar numa cidade chamada São Tomé das letras, no interior de minas gerais que é a meca hippie. E lá vivia um cantor chamado Ventania e o meu marido como é músico um dia encontrou ele e fizeram um show sem nunca ter tocado juntos e o show foi simplesmente maravilhoso, todo mundo pirou. Eu pirei no show sem usar nada, pura sintonia. E então eles convidaram o Rafael para tocar com eles, que é o sonho de qualquer hippie e músico. Ficamos quase um ano morando lá onde tem muitos hippies, artesãos e muitas doutrinas além da pedra são tomé que é vendida para o mundo todo. O Rafa também tocou com uma banda de rastafari e começamos a andar direto com eles.

Tem alguma relação entre os Hippies e os Rastafaris?
Lisiane: Tem sim, são muito parecidas. O lance do sentimento natural. Viver no meio da natureza, não se alimentar de outros seres né, viver na maneira mais natural possível e também tem a música e no fim se torna tudo a mesma coisa né, não tem nomenclatura, todo mundo é o que é.

Alguma coisa sobre drogas ou plantas? Parece ser automático assim: woodstock-hippies-drogas sabe.
Lisiane: Sim, sim. Isso é uma coisa inevitável. É natural assim, tem certas pessoas que tem uma tendência para expandir sua consciência, assim como tem outras que não, que não podem usar certas substancias porque podem ficar realmente loucas. Mas a gente participou de uma doutrina chamada Santo Daime que usa o sacramento da Eulasca que é uma bebida feita de uma raiz e de uma folha. Aqui na unisinos tem o grupo do Santo Daime na cadeira interdisciplinar de religião e o meu marido quando eu conheci ele fazia parte desses grupos. Tomei vários chás e até hoje a gente faz uns trabalhos assim. Já tive assim varias experiências psicodélicas, mas agora eu sou mãe e tal parei um pouco com essas coisas. A ganja também que é usada como um sacramento divino pelos rastas, que é uma coisa super natural. E viver desta maneira que as vezes tu acaba se deparando no caminho com plantas, que são plantas de poder que fazem você expandir a consciência e te levam para lugares muito maravilhosos.

Qual foi o lugar mais maravilhoso que você já visitou?
Lisiane: Dentro de mim mesma! Um lugar infinito dentro de mim mesma. Fecho os olhos e vou para lá, um lugar muito maravilhoso onde mora deus né, onde está o divino. Só que ao longo do tempo, da tua experiência tu acaba percebendo que bom é visitar este lugar sem nada, derrepente com meditação, ioga. É mais difícil, mas super possível.

E o momento de hoje, que você trabalha, tem seus artesanatos e não está mais viajando?
Lisiane: É, to na babilônia agora né. Trabalho na radio Unisinos agora onde sou locutora, eu adoro. Mais por causa da música, amo música, me identifico muito com ela, toco alguns instrumentos, meu marido é musico. E tenho também minha marca de roupa chamada Vibrações Positivas que faz bolsas, roupas, acessórios e a gente vende pela internet. Fizemos feiras, algumas festas também. Sempre nessa proposta de “faça você mesmo”, algo que vem do punk.

E a marca Vibrações Positivas está dando certo, como está a aceitação?
Lisiane: Nossa, da super certo. A gente já vive só disso a oito anos e é uma marca que já ta ficando conhecida. Já posso até abrir uma loja porque a procura é grande Temos em nosso apartamento um espaço que é tipo uma lojinha improvisada. Mas vendemos pela internet e enviamos para o brasil inteiro.


Houve momentos com muita dificuldade? Passaram por momentos em que não conseguiam vender seu trabalho nesse tempo em que estiveram na estrada vivendo a liberdade?
Lisiane: Pá cara! quando você faz esse trabalho artesanal nunca te falta dinheiro. A gente já fez mil reais numa feira por exemplo e decidiu viajar para o outro lado do brasil onde tinha uma festa de uma semana chamada Universo paralelo. Chegando lá com apenas quinze reias no bolso, só que na mochila tinha cinco mil reais de trabalho. Então a gente não se importava por estar com quinze, porque amanhã vou estar com quinhentos no bolso. Tu precisa saber onde está o teu público né e aí ir atrás dele.

Como foi para vocês ter uma filha?
Lisiane: A nossa filha é maravilhosa, super querida. Foi a melhor coisa que aconteceu na nossa vida. Legal que eu pude viajar, curtir muita coisa assim com a pessoa que eu amo, pessoa que eu quero que fiquei na minha vida junto. Oito anos só curtindo, beijando e tal, aí a gente teve nossa filha.

Você acha que hoje não é mais hippie?
Lisiane: Não, sou com certeza. Bá, hippie é uma coisa que ta na alma sabe, tudo natural. E apesar de eu tomar coca cola, eu sou hippie sim (risadas).

Não vai ser fácil, mas nunca foi... Trum pá!

Por Davi Schmitz Martiny
Foto de acervo pessoal de Cristiano Storniollo



           No auge da adolescência de Cristiano Storniollo surge em sua vida o que todos sempre sonharam: ter um vizinho maluco por música e baterista. Com 16 anos o garoto, influenciado pelas batidas enérgicas do Hardcore, começa a tocar bateria, com o intuito de desenvolver habilidades para formar seu grupo musical. Criar uma banda não é algo que acontece do dia para a noite. É um processo de cada indivíduo com o seu instrumento e que com o tempo cria sintonia com outros instrumentos formando canções, criando identidade, sendo literalmente uma banda.
          Atualmente com 32 anos, Cristiano cursa jornalismo na Unisinos. Área acadêmica onde pretende trabalhar com acessoria em comunicação, além de ser um “crítico” nas horas vagas. Com o semblante demonstrando que teve muito divertimento ele conta como foi a sua vida atuando na música. Com 18 anos a sua primeira banda chamou-se Kaddish. Nome com significado em aramaico: prece especial que glorifica-santifica o nome de Deus, uma reza aos mortos. Tornava-se então o título de um movimento intenso de acordes e batidas. Gravaram uma demo tape, com quatro músicas inéditas, estilo hardcore nova iorquino e foram em busca da divulgação de seu trabalho. Tendo o show de maior destaque para 3.500 pessoas no ginásio da Capesca, em Torres. A banda acaba em 1997, dois anos após o começo. A dificuldade de divulgar as canções na década passada onde não havia os instrumentos tecnológicos de hoje foi de grande importância para o fim.
            Logo após o fim da Kaddish, Cristiano foi convidado a se engajar em uma nova banda chamada Tribal-core. Contando com uma significativa bagagem, os caras tiveram um momento diferente. Fizeram mais de 40 shows, tocando em lugares de grande expressão como em São Paulo e Santos durante dois anos de existência. Gravando um CD independente e dividindo palco com bandas importantes, como com a americana Suicidal Tendencies em dezembro de 1997 no bar opinião. “ Por não termos uma estrutura adequada, uma pessoa que orientasse o pessoal, por exemplo, e a grande dificuldade de divulgação, pois a internet estava apenas começando a ser usada. Então resolvemos parar. O investimento era muito alto e estávamos em uma idade de muitas decisões, aos 23 anos. E também nessa idade tive uma filha, que foi algo inesperado, então a razão falou mais alto e precisei parar”, relata.
             Cristiano também conta uma experiência que traduz a dificuldade e a vontade que tiveram. Por não enxergar mais o horizonte no sul do país ele mesmo colocou sua mochila nas costas, cheia de cópias da demo e embarcou em um ônibus para São Paulo, em busca de oportunidades. Com a ajuda de “Tonhinho” presidente do fã clube do Sepultura, bateu de porta em porta divulgando o trabalho e consequentemente conhecendo as artimanhas do jogo. Atitude que gerou resultado, pois foram convidados para shows logo em seguida.
            Tocar por prazer e não conseguir viver da música é a rotina de muitos músicos sul americanos. Hoje Cristiano tem um emprego estável, uma filha e, independente de tudo e de todos, a música está batendo em seu coração. “A vontade de tocar é enorme, e principalmente o envolvimento com a música e o que antecede os shows, a produção, divulgação”, conta. A música independente está com seu cenário embaçado e muitas bandas com qualidade estão escondidas em garagens. Cristiano deixa seu recado: “Hoje em dia acho que falta mais criatividade, ousadia para as bandas, pois a maioria toca os mesmos estilos da moda!”

Sorria Larissa, Smile Jamaica.


Por Davi Schmitz Martiny
Foto de acervo pessoal de Larissa Berbigier


           Eu sempre gostei de lugares diferentes. Foi a resposta segura que tive ao questionar o porquê das suas duas viagens a famosa ilha caribenha Jamaica. A história da estudante de Jornalismo da Unisinos, Larissa Berbigier, com a ilha começou de uma forma impressionante. Hoje com 28 anos ela conta de algo marcante em sua vida que ocorreu há 23 anos atrás, quando com apenas 5 anos ouvia o reggae avassalador do garoto de Kingston, Bob Marley e fazia um pedido para sua mãe: leva-la a um show do próprio. De uma forma melancólica sua mãe lhe falava que Robert Nesta já estava morto há 6 anos, mas a pequena “Larissinha” não se conformava e a cada dia crescia mais a vontade de ver um show rasta com tal vibração.
          Gostar muito de música tendo seu berço no rap e hip hop e crescer no meio de bandas, dançando em casas como Big House e Guetto da capital gaúcha foram de grande influência para seu estilo alternativo. Com tantas viagens Larissa acredita ter uma vida bem vivida e com uma grande bagagem carregada. Mesmo amando estar longe e conhecendo lugares novos ela diz ser completamente família, o que inclui os seus amigos, que não são poucos.
          Lugares como Israel, México, Paris, Amsterdã, Istambul ativaram o seu interesse. Mas o lugar com mais destaque em seu repertório foi a ilha caribenha conquistada pelos ingleses em 1670 a qual encheram de escravos africanos para ser a maior exportadora mundial de açúcar. Lá, até hoje, existem muito mais negros do que brancos habitando o país. “A ilha é maravilhosa, é uma viagem que não é cara, o mar é verdinho, as pessoas são felizes ou transparecem isso pelo menos e eu gosto disso, gosto de alegria por ser alegre, meu nome significa alegria, cheia de alegria”, conta.
          Em relação a ganja que muita gente acha que é por todos os lados, pela Jamaica ser famosa pela música reggae e cheia de rastafaris, Larissa diz que não é assim. “Eles são muito respeitosos com leis, eu tentei subir a rua aonde o Mick Jaguer tem casa e não pude pois dizia em uma placa que era privado, não havia segurança, guarda nem nada, mas ninguém quis subir simplesmente porque não podia por ser privado, isso é o que eu mais gostei de lá, o simplesmente e o simples”, finaliza Larissa.

O próprio líder

Por Larissa S. Luvison

Diego Rosa da Costa, 24 anos, é um ex-rebelde comunista, ex-aluno de ciências sociais, músico, radialista e estudante de jornalismo, gosta de observar o comportamento das pessoas para criar personagens para suas histórias. “Transformar algo comum, em grandioso”.


Diego cresceu vendo seu pai sendo um brizolista, a casa tinha o ideal de Leonel Brizola como filosofia. E na adolescência Diego escolheu seu próprio líder, o Che Guevara, seguia os mesmos princípios que Che Guevara pregava, os ideais de uma sociedade sem classes, sem Estado, baseada na propriedade comum dos meios de produção. Usou camiseta com a figura de Che mesmo sabendo que o líder era contra isso. “Usei, porque era o diferencial” revela.
Porém depois descobriu que Che “era mais um líder como tantos outros já foram utilizando a força para impor suas idéias” comenta.
Hoje segue sua própria ideologia, não precisa lideres.

Iniciou sua atividade acadêmica na PUC, cursando ciências sociais, durante sua passagem pela universidade católica, Diego derrubou uma gestão que há 11 anos liderava o DCE.

As eleições foram conturbadas, depois das eleições não queriam divulgar o resultado, a reitoria cortou a luz dos prédios, a policia foi chamada e depois de muita discussão a chapa da qual Diego participava foi anunciada vencedora.

Porém toda teoria do curso deixava Diego depressivo e ele trancar a faculdade.

Depois de descobrir que teoria não era o caminho, resolveu se inscrever em um curso de rádio, onde após o curso poderia receber o registro e trabalhar como radialista. Começou trabalhando como o operador para depois trabalhar como locutor.

Foi convidado para trabalhar na rádio Itapuã aonde conduziu um programa musical durante sete meses.

Diego também é músico toca teclado, violão, guitarra, baixo e vocal. Já foi integrante de um coral, possui três cd’s lançados e é baixista da banda Spunky Punks. “O baixo é um instrumento pouco explorado” lamenta e admira baixistas como Burton e Steven Harris.

Diego acredita que encontrou o amor com Angélica, há dois anos e meio o eterno apaixonado não se imagina sem a companhia da amada. “O amor verdadeiro é um sentimento indescritível, não é só sexo, são sonhos” conta.
E confessa: quem mata os insetos é a mulher.

Agora no primeiro semestre de jornalismo na Unisinos esta concorrendo ao DCE do centro 3, o centro da comunicação,  com a chapa Fala Ação.                                                                                                                                                                           Diego “Che” Costa quer fazer a diferença.


Jornalista sob duas rodas

Por Larissa S. Luvison

André Sharaiane Pereira, motoboy que já teve muitas experiências na vida, já trabalhou com crianças e hoje trabalha no trânsito perigoso de Porto Alegre para poder pagar a faculdade de jornalismo na Unisinos, uma pessoa calma que demonstra o que pensa.
Seus dreads looks são uma marca registrada de uma personalidade forte.




Como foi dar aulas de inglês para crianças?

Bem diferente, descobrimos a profundidade apenas no momento. O legal de ensinar as crianças é que o intelecto delas não rejeita o que se aprende.



Como surgiu o emprego de motoboy?

Sempre gostei de trabalhar com liberdade, sem se preocupar com horários, assim como rotina. E é fácil premeditar a profissão apenas comprar a moto e se escrever.



Mudaria alguma coisa em favor aos motoboys se pudesse mexer na legislação?

Lance não na legislação, lance trabalhista, mais digno, é muito fácil para ser motoboy deveria ter mais dificuldade, traçar um perfil psicológico, não basta ter apenas a carteira.



Existem alguns preconceitos com a profissão motoboy?

Existe. Pelo fato da facilidade em ter um moto, caras foragidos compram moto, trabalham um pouco, e depois assaltam as pessoas e fica o preconceito com os trabalhadores honestos que trabalham sério.

O amor não é perfeito

Por Larissa S. Luvison

Um dos sentimentos mais lindos e que um dia todos iremos sentir, cada um a sua maneira é o amor.

Nathália Mendes, 18 anos, já viveu uma história de amor. Como em todo relacionamento antes de tudo é formada uma base que parece suportar tudo que vai acontecer.

Em 2006, Nathália conheceu F. se tornaram grandes amigos e descobriram que além da amizade estavam sentindo paixão um pelo outro.

O namoro iniciou e a felicidade e o amor estavam presentes na vida deles, porém toda essa alegria despertou a atenção de quem rodeava F.

A base forte que havia sido construída, agüentou a inveja de falsos amigos e após dois anos a base começou a demonstrar rachaduras. Nathália pediu um tempo a F. para os dois pensarem, só que neste tempo aconteceram coisas que ela não imaginava. Ele começou a namorar outra pessoa, mas afirmava que ainda gostava dela. A única coisa que aconteceu foi à decepção que ela sofreu, por mais que quisesse não encontrava mais a perfeição em F., ela ficou para trás junto com os vídeos românticos que ele tinha feito um dia.

A base construída um dia foi destruída, o amor não acabou, mas hoje Nathália quer conhecer o mundo e quem sabe descobre em alguma parte do planeta alguém que a faça sorrir e não destrua a próxima base que será construída.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Uma maneira excêntrica de mudar de profissão

Por Jaqueline de Sá Machado Rodrigues


Rafael Cadore veio do interior, da cidade de Entre Rios do Sul – RS. Como toda cidade do interior, trabalhar e estudar se torna muito difícil. Em 2006, veio morar em Sapucaia do Sul, para dar um novo rumo a sua vida.

Após a conclusão do ensino médio, prestou vestibular de uma maneira um pouco equivocada. Não estava preparado, mas apesar de tudo, conseguiu dar mais esse passo em sua vida. Iniciou no curso de Direito e, após algum tempo, sentiu-se entediado, pois a sua personalidade não permitia que ficasse muito tempo “trancado em um escritório”.

A parte mais inacreditável disso tudo foi como ele conheceu o Jornalismo, curso atual. Segundo Rafael, tudo começou após uma grande noitada. Ao conhecer uma menina, que fazia este curso, resolveu pesquisar sobre o assunto e ajudá-la com os trabalhos. Viu que o seu mundo combinava mais com entrevistas em campo, pesquisar e conhecer pessoas, que saber a fundo o legislativo brasileiro. Com isso, encontrou a sua verdadeira vocação.

Simplesmente de bem com a vida





Cristiane Silveira Vieira, 18 anos, estudante de Jornalismo, recepcionista, secretária e organizadora de eventos de uma empresa, em Gravataí, onde mora com seus pais e irmãos. É apaixonada pelo Grêmio, adora ir à academia e ama de paixão a sua família. Mas, o que mais chama atenção é que sabe por que escolheu o jornalismo e se sente melhor espiritualmente depois que começou a frequentar uma casa espírita. Confira na entrevista.

Por Jaqueline de Sá Machado Rodrigues.
Foto Jaqueline de Sá Machado Rodrigues.

Jaqueline de Sá M. Rodrigues – De onde vem este amor pelo grêmio? Como isso tudo começou?
Cristiane Silveira Vieira - Tudo começou em 1991, quando nasci. Minha família é gremista, sendo que meu pai é gremista doente, só não vai aos jogos. Comecei a frequentar o estádio desde pequena, por volta dos oito anos. Ia com meu padrinho e sempre fui muito fascinada pelo futebol (pelo grêmio, principalmente). Hoje, sou sócia, mas vou aos jogos com um ônibus do grêmio, que sai da parada 79, de Gravataí. Para não perder um jogo e desde que não tenha motivos de força maior, vou sozinha, se preciso for, pois o Grêmio é um amor que trago desde sempre. Pra mim, é mais que futebol. Faz parta da minha vida, da minha família, da minha existência. Jamais viveria sem.


Jaqueline - Por que gosta de ir à academia?
Cristiane - Porque gosto de me sentir bem fisicamente.

Jaqueline – Desde quando começou a frequentar casa espírita?
Cristiane – Tudo começou pelo meu pai que, desde jovem, não se convencia das respostas que algumas religiões davam. Depois de ler livros espíritas e estudar este assunto, as suas dúvidas passaram a serem sanadas. Descobriu o espiritismo e meus pais passaram as frequentar a casa espírita. Com o tempo, meus irmãos e eu. Assistíamos às palestras e recebíamos os passes. Depois, passaram a ser voluntários na casa. Gostei e pensei que seria legal ajudar um pouco quem precisava mais. Inscrevi-me e sou voluntária há um ano. É muito bom trabalhar lá, pois nos sentimos importantes e úteis a outras pessoas. Sinto-me muito melhor de espírito, as coisas têm dado mais certo. Posso dizer que me tornei uma pessoa melhor.

Jaqueline – O que mais te agrada no espiritismo? E com o que não simpatiza?
Cristiane – Tudo no espiritismo me agrada. TUDO. Porque somos praticantes do bem e da Caridade, e acreditamos que já morremos e vivemos centenas de milhares de vezes.

Jaqueline – Por que jornalismo?
Cristiane – Porque sou bem comunicativa e adoro a língua portuguesa. Meu objetivo é me tornar uma grande repórter e trabalhar pelo mundo afora, pois adoro viajar e conhecer lugares diferentes. Sei que a profissão que escolhi não é fácil, mas me esforçarei ao máximo para que tudo ocorra como planejo. E, se tudo der certo, o Brasil terá uma grande jornalista representando o público Gravataiense.

Jaqueline – Se não fosse o jornalismo, qual curso faria?
Cristiane – Algo relacionado à moda, pois sou muito criativa e adoro inventar.


Jaqueline – O que faz pra liberar o estresse da rotina?
Cristiane – Academia, jogos do Grêmio e festas. Adoro festas.
  
Jaqueline – O que te alegra? E o que te entristece?
Cristiane – O que me alegra é ver a família reunida (pais, irmãos, avós, tios e primos). Isso me deixa extremamente feliz. Ver meus familiares sofrer, me entristece. Se a família está bem, também estarei.

Jaqueline – Me conte um pouco sobre a tua família, a tua vida com ela.
Cristiane – Nossa, fico até sem palavras. Minha família é tudo pra mim, minha base, meus tesouros. Meu relacionamento com meus pais é simplesmente maravilhoso. Pessoas de um coração gigantesco, são caridosas, generosas. Na verdade, são os meus heróis. Quando crescer, quero ser a metade da mulher que minha mãe é. (risos). Com os meus irmãos, como em qualquer outra família, brigamos de vez em quando, pois é coisa de irmãos. Mas, apesar de tudo, somos bem unidos.  Quanto a minha família, só tenho a agradecer a Deus, pois tive muita sorte.

Jaqueline – Pra ti, o que é felicidade?
Cristiane – A felicidade depende das qualidades próprias do indivíduo, não do estado material ou do meio em que vive. É a família reunida com saúde. É ter o carinho e o aconchego deles. Ter um lar acolhedor, o que comer. Isso é a maior felicidade que o ser humano pode ter. O resto é consequência.

Jaqueline – Te imagine viajando, pensando em curtir cada momento, após um ano intenso de trabalho como jornalista. De repente, te depara com um acidente de carro, que tu sabe que poderá render uma ótima reportagem. O que faria, sendo jornalista?
Cristiane – Se sei que renderá uma boa matéria, faria a reportagem, com certeza. Não importa se estarei de férias ou não. É meu trabalho.

Jaqueline – Se pudesse voltar ao tempo, o que faria/viveria novamente? E o que deixaria de fazer/viver? Por quê?
Cristiane – Seria aos meados dos 10 anos, na época em que vivia com meus primos, que eu tanto amo, e que brincávamos de “arrisque sua vida”. Andávamos em cima dos muros e telhados, éramos verdadeiros terrores. Que saudades! Deixaria de viver o que vivi na morte do meu avô, acho. Foi um choque. Por esse motivo, sou uma pessoa muito nervosa.

Jaqueline – Uma frase. Uma lição de vida. Uma mensagem.
Cristiane – “Quando tu nasceste, enquanto todos sorriam, só tu choravas." 
“Leve tua vida de tal maneira que, quando partires, enquanto todos choram, só tu sorri.” 
“Não devemos fazer caridade com vista à retribuição, e sim pelo simples fato de fazê-la."


Sempre quis fazer uma matéria com alguém assim, tão alto-astral e de bem com a vida. Inicialmente, fiz uma reportagem, mas depois que li suas respostas por e-mail, resolvi fazer uma entrevista, e simplesmente adorei! A Cris é alegre, fala com um jeito menina-mulher, tem um amor incrível à família e passou por alguns momentos bem difíceis, já superados. A sua energia positiva, levarei sempre comigo.

domingo, 27 de setembro de 2009

Do futebol ao jornalismo


Texto Jaqueline de Sá Machado Rodrigues
Foto Acervo pessoal Tiago da Rosa





Ele não sabia pegar uma máquina fotográfica. Acredita? Pois é, Tiago Fernando da Rosa, 26 anos, nasceu e mora em Novo Hamburgo, com seus pais. Sua primeira oportunidade foi no jornal NH, em que permaneceu por dois anos. Logo, no Jornal VS (Vale dos Sinos), em São Leopoldo, em que está há cinco. Já teve a vida que pediu a Deus – como ele mesmo fala – frequentando academia, treinando o que a maioria dos “guris” gosta – futebol - e estudando.


No futebol, começou aos cinco anos, levado pelo seu pai, que jogava aos sábados e domingos. Jogou em um time da escola, e algum tempo depois, foi convidado pela sua professora, que havia saído da escola, para jogar em um time profissional, participando de campeonatos gaúchos. Aos 18 anos, teve que abrir mão deste sonho, pois não pôde mais conciliar o esporte com os estudos. Então, ficou um ano procurando emprego. “Foi a cena mais cômica. Não aguentava mais procurar trabalho, pois todas as segundas-feiras, bem cedo, eu saía com muitos currículos. Em uma dessas empresas, fui chamado para fazer entrevista, a uma vaga do Almoxarifado. O entrevistador perguntou a minha idade e muitas outras coisas. Me disse que estavam procurando alguém sem experiência, quando me perguntou o que sabia fazer, e como estava de saco cheio, respondi: só sei jogar futebol. Ele me olhou e riu. Não me contive, e ri também. Depois, pensei: perdi a vaga. Mas aí, já era tarde”, relata Tiago.


Depois, surgiu uma oportunidade de trabalhar no Jornal NH, durante trinta dias. Entrou no lugar de um colega, que havia operado o ombro. Tiago foi aprendendo no dia-a-dia, pois não sabia pegar uma máquina. Sua primeira pauta foi um incêndio, no qual as fotos só apareciam fumaça. “Nesta, fui com outro fotógrafo. Senão, eles estariam perdidos”, ele relata. Então, foi olhando fotos em revistas e jornais, para ter ideia do que faria. Passados três meses, teve a chance de jogar na Alemanha. Pensou muito bem, concluindo que não poderia perder o emprego em que se encontrava. Resolveu ficar e dedicar-se ao foto-jornalismo. Naquele momento, a fotografia era sua vida. Hoje, cursa jornalismo, pois acha que, em alguns anos, as duas funções serão muito importantes na sua carreira. Com a não exigência do diploma de jornalismo, Tiago dispara: “Claro que não gostei, acho isso um insulto à categoria. Escrever um artigo é uma coisa. Você ir a determinado local, colher as informações, ser completamente neutro a determinado assunto é totalmente diferente. Quero concorrer com quem tem diploma”.